Imagine alguém que tem uma tarefa para realizar, mas empurra ela por dias e dias, coloca outras prioridades na frente, até não ter mais jeito. Isso te lembra alguma coisa?
À primeira vista, a procrastinação pode ser facilmente associada à preguiça e desorganização, mas na verdade esse hábito tem origens mais complexas, que vão muito além de listar as tarefas do dia na agenda ou estudar para uma prova que se aproxima.
Aquele que procrastina realiza outras tarefas no lugar daquelas que “deveria” estar fazendo. Mas por que as pessoas agem assim?
A procrastinação e a preguiça, na verdade são nomes que encobrem sentimentos dolorosos que o sujeito ainda não consegue lidar. Dentre eles destacam-se as angustias, medos, inseguranças, frustrações, medo de rejeição, fracasso e até o sucesso. A pessoa que procrastina está em sofrimento psíquico, com dificuldade em lidar com emoções dolorosas que aparecem nesse processo de executar uma ação e, por isso, evita fazer a tarefa. O perfeccionismo, por exemplo, impede que a pessoa conclua os processos e submeta-os para avaliação do outro. Assim, ela evita entrar em contato com essas emoções difíceis.
É comum, como forma de aliviar esses sentimentos dolorosos, o sujeito recorrer a situações que trazem algum prazer imediato, como por exemplo, ficar vidrado nas redes sociais, passando horas a fio, ou, fazer horas de lanchinhos como forma de saciar a angustia.
Como essas emoções estão relacionados com eventos traumáticos infantis, muitas vezes não conscientes, o trabalho da psicanálise poderá ajudar o sujeito a se escutar através da associação livre em análise, tornando possível o acesso a essas emoções dolorosas, possibilitado que o sujeito assim, possa se trabalhar emocionalmente para lidar com suas frustações, angustias e fantasias que estão muitas vezes impedindo a realização de tarefas e causando tanto sofrimento psíquico.
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